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Nos recantos do Brasil profundo


A carga de trabalho é a única desculpa que tenho para não atualizar este blog, que entra em seu 12º ano comentando livros, filmes, lances da cultura. Nesse meio tempo, tanto aconteceu, mas não mudou uma coisa: meu gosto pela leitura e pelos livros, agora inclusive como meio de vida.

Não tenho comentado, mas tenho lido. Aos poucos, vou tentar retomar os comentários. O primeiro do qual preciso falar, que já li há mais de um mês, é o romance "Outros cantos", de Maria Valéria Rezende, que venceu, exatamente com esse livro, o prestigiado prêmio Casa de las Américas, em Cuba, depois de ter ganhado, no Brasil, o Jabuti pelo romance "Quarenta dias".

O livro mescla experiências vividas pela premiada escritora com fatos romanceados, como ela gosta de fazer. Narra, entre as memórias de uma mulher que viaja de ônibus pelo sertão nordestino, o momento em que a protagonista, nos anos setenta, mudou-se para aquela região mais pobre do país para fazer a revolução ou, pelo menos, ajudar a melhorar a vida do povo.

Maria Valéria é freira e tem atuação política e social desde a juventude. Viveu em diversos países, viajou o mundo, trabalhou com comunidades carentes, e tudo isso se pode ver nas aventuras da protagonista de "Outros cantos". Paulista de Santos, acabou se radicando na Paraíba, onde hoje mora numa casa com outras freiras e batalha pelos pobres, pelo país, pela literatura.

No romance premiado, Maria observa do ônibus as transformações vividas pela região nos últimos anos, quando cidadania e direitos deixaram de ser miragens para chegar à casa do sertanejo. Constata mudanças que só não enxerga quem não quer, relembra de tempos duros, de ditadura, violência e miséria no Brasil profundo, e tece, entre as memórias lembradas e as inventadas, um retrato belo e tocante de uma geração idealista e de um povo guerreiro.

Por hoje é só. Beijos mil!


Clara Arreguy, sábado, março 18, 2017.

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